Alejandro Aravena para a favela de Paraisópolis



Já falei do Alejandro Aravena aqui e aqui no Suco de Tangerina. Ok, babo mesmo no trabalho dele.
Tudo começou quando descobri o projeto Elemental, sua solução básica-porém-inteligente de fazer habitação de baixa renda, sem obrigar as pessoas a morarem em protótipos de lego. Sério porque o Cingapura é 9,5 na escala Richter de vergonha alheia. Poucas coisas nessa cidade caótica são tão de mau gosto quanto aquilo. (ok, parei)
"É melhor fazer meia casa boa, do que 1 casa ruim", segundo o Aravena.  Ai ai, isso já diz tudo!
Essa semana foram divulgas as primeiras imagens do seu projeto para a favela de Paraisópolis, e o primeiro do Elemental aqui no Brasil.
Abaixo, texto extraído do Arqbacana sobre o projeto:


Ainda em fase de desenvolvimento, o projeto habitacional de Alejandro Aravena para a favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, é o primeiro feito pelo arq chileno no Brasil. Com 40 m² de área, os apartamentos podem ser expandidos pelas famílias, que devem seguir o projeto do escritório de arquitetura chefiado por Aravena: o Elemental. As obras estão previstas para começar em agosto deste ano.


Em entrevista concedida ao repórter Mario César Carvalho para o jornal Folha de S. Paulo, publicada na segunda-feira, dia 19 de julho, Aravena conta que privilegiou a “qualidade da moradia”. Segundo ele, “a política previa 40 m² para sala, cozinha, banheiro e dois dormitórios. Tudo ruim. Foi aí que surgiu a ideia central do Elemental: é melhor fazer meia casa boa do que uma casa ruim. Mas se você olha 40 m2 como metade de uma casa boa, a pergunta é: que metade fazemos? A resposta foi: a metade que uma família nunca vai fazer bem”, disse o arquiteto à Folha.

De acordo com Aravena, esta parte - que deverá ser custeada pelo Estado - corresponde ao banheiro, a cozinha e a estrutura. “É preciso levar o DNA da classe média para a favela, para que a habitação se transforme em investimento e deixe de ser gasto social”, acrescenta o chileno.


Essa ideia, aliás, já havia sido aplicada por Aravena no conjunto habitacional Quinta Monroy, em Iquique, no Chile, onde os apartamentos de 36m² podem ser ampliados pelos próprios moradores para 70m².


Para Aravena, o programa governamental “Minha Casa, Minha Vida” deixa a desejar quando não aproveita a capacidade das famílias para construir parte dos imóveis por conta própria.


Formado pela Universidade Católica do Chile em 1992, Alejandro Aravena ganhou o Leão de Prata na Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2008. Em 2004, foi eleito pela revista norte-americana “Architectural Record” um dos dez profissionais com maior projeção na vanguarda arquitetônica. É autor de projetos como um edifício para o Campus da Vitra, na Alemanha; a Escola de Medicina e as Torres Siamesas, no Chile.

 





Leia a entrevista concedida a Folha de São Paulo 

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